terça-feira, 28 de agosto de 2007

imprensa analisa greves


Nas últimas semanas tenho acompanhado a imprensa ao falar em greves. Greves de médicos, legistas, policiais, professores. Mas não são as greves em si que me chamaram a atenção. Na verdade, estranho seria se os servidores públicos – com exceções, para bem ou para mal – estivessem contentes com seus salários e condições de trabalho. O que me deixou um tanto preocupado foi a forma com que os veículos tem tratado o assunto.

Ora, a sociologia mostra que greves são feitas, exatamente, para incomodar. É essa a finalidade delas. Quando as demais formas de negociação não frutificam, eis que surge o instrumento "greve". É a forma com que os trabalhadores, estando certos ou não, tem para demonstrar de forma enfática seu descontentamento.

O problema está no enfoque dispensado por muitos colegas da imprensa. Da forma com que tenho acompanhado em diversos veículos, o sentido que tomam as notícias é quase sempre de enfatizar que elas não são justas por criarem transtornos. Perguntar não costuma ofender: Sim. Greves atrapalham mas, enfim, não é esse o sentido delas?

Não sei porque, mas lembrei de uma frase do ilustre Cláudio Abramo: “O jornalismo é o exercício diário da inteligência e a prática cotidiana do caráter”.

impressões de florianópolis


Passei uns dias em Florianópolis na semana passada. Aproveitei vários momentos em que não tinha coisa alguma para fazer para, pura e simplesmente, observar a vida da cidade. Primeiro o óbvio: Um tanto diferente da vida de outras capitais. Há um ritmo todo próprio. Uma cidade que mistura a agitação de motoristas sempre apressados com a leveza daqueles que parecem andar sem rumo.

Dessa primeira observação, deriva a segunda. Há algo de surpreendente na vida cotidiana das ruas da ilha. Pouco movimentadas em diversos horários, várias ruas antigas lembram (mesmo que não em toda gravidade) cenários de penúria como do cortiço descrito por Aluísio Azevedo. A pobreza de vários “transeuntes” é evidente. Aquela pobreza que o bom e velho preconceito nos faz confundir com vadiagem.

Quando comparamos a ostentação de seletos grupos (em seus “territórios insulares” igualmente definidos...), vemos que aqueles tipos humanos se excluem. Se estranham. O entreolhar é constante. Aquilo me causou a impressão de que há, paradoxalmente, um equilíbrio e um conflito. A ilha da prosperidade, e é assim que a bela capital de Santa Catarina é propagandeada na grande imprensa, resume a hipocrisia típica do brasileiro. Para abusar da frase feita: um barril de pólvora que, eventualmente, pode ter vindo com o fósforo junto.

É inegável a beleza de inúmeras paisagens daquela gota de terra. Mas me parece igualmente inegável as conseqüências já de curto prazo da recente onda migratória para a cidade. Num território tão restrito em termos de espaço, até por se tratar de uma ilha, em tão baixas altitudes, e no contexto de uma ocupação historicamente desordenada, a perda da qualidade de vida (assim como a perda do patrimônio natural) é previsível. Talvez esteja passando do tempo de repensarem que rumos querem para aquela que é a carta de apresentação de um estado tão charmoso.

Na viagem de volta procurei digerir o assunto. Curiosamente, lembrei de um chavão comum no discurso historiográfico: o equilíbrio muitas vezes antecede o conflito...

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

usos e desusos deste blog


Resolvi apresentar um manual de instruções para o blog. Aqui você encontra as principais propostas e “normas” para sua utilização saudável. Antes de mais nada, já digo que prezamos pelos bons e velhos princípios democráticos. A opinião é livre, desde que não seja preconceituosa ou intolerante.

Aqui não haverá orientação política. Isso poderá ser percebido quando encontrar posições aqui manifestas que, ora são favoráveis a governos, ora são contrárias. Dependeremos daquilo que se sinalizar mais importante no sentido de contribuir para a melhora da vida em sociedade.

Aqui também não teremos orientação religiosa. Enfaticamente, me reservo o direito de manter a neutralidade da visão laica. Tudo em nome pluralidade. Não vestiremos preconceitos de cor ou credo. Ao que me parece, não há argumentos que embasem teorias eugênicas ou darwinistas de cunho social.

Estimulamos a participação. A sua participação na construção deste blog. Este é o maior sinal do estímulo à pluralidade. Sugestões e críticas são muito bem-vindas. Bom-senso e raciocínio crítico. Amigos inseparáveis para fazer frente à injustiça, intolerância e ignorância.

Em linhas gerais, o honesto código de ética do jornalista deverá sempre ser observado. Informação correta, útil e necessária. Opinião livre e responsável. Estamos combinados? Abraços!

Em relação ao abastecimento, prometo inserir novos artigos todas as semanas. Aos domingos. Claro que se puder inserir mais vezes em outros dias da semana, farei isso com o maior prazer. Esta periodicidade servirá como um teste para perceber com que regularidade consigo trabalhar com a novidade...

festa de inauguração


Olá caríssimos e caríssimas!

Em toda estréia deve haver uma inauguração. Pois é. Então vamos ao serviço. Antes de mais nada, vale a pena mencionar que demorei em acatar as sugestões de diversos amigos para criar um weblog. Queria me desculpar pela morosidade, mas penso que antes não havia delineado na minha cabeça um cenário claro a respeito do perfil dessa página.

Bom. Inês não morreu e aqui estão as primeiras palavras desta iniciativa que foi estimulada por vários e várias. A estas pessoas, meus agradecimentos antecipados pela colaboração de vocês na hora de fazer a coisa aqui andar. Ou vocês, amigos e amigas, acham que só eu vou subir neste banquinho?

Na impossibilidade de convidar a todos para uma confraternização neste ambiente, já que me parece que este é realmente virtual, o champagne fica para outra hora. Na igual impossibilidade de convidar para entrarem por questões newtonianas, nada mais razoável que apenas trazer à tona alguns nomes que, direta ou indiretamente, fazem parte da minha vida. Pessoas que, invariavelmente, me influenciam em algum sentido.

Meu muito obrigado para os meus grandes professores e amigos: Meus pais. Espaço nobre da página para vocês!

Muito obrigado a todos os meus estudantes (vulgarmente chamados de alunos e ex-alunos). De todos os lugares. Em todos os níveis. Basicamente, esta iniciativa responde à vocês.

Ao professor Carlos Sperandio, pela oportunidade de mostrar meu trabalho quando recém-formado. À professora Helenita Sala, pela infinita paciência com esse ex-aluno um tanto “rebelde”.

Ao professor Paulo Wollinger, ex-chefe (que “adora” essa alcunha...), grande mestre e amigo. Ao professor Nailor Marques Jr, pelo constante apoio e pela sincera amizade. Dr. Nilson Tadeu Reis Campos Silva, ilustre mestre na arte dos caminhos da vida. Jornalista Ricardo Kotscho, ilustre mestre do jornalismo de verdade. Às vezes, Kotscho, uma frase muda tudo...

Aos meus ex-professores, alguns deles meus colegas hoje (para azar de vocês e sorte minha...): Professores Paulo Boni, Mario “Bola”, Neil, Beto Klein, Flavinha e Hugo Pires Jr. Todos eles responsáveis por me orientar nos caminhos jornalísticos. Professores Zé Henrique, Jaime, Zeca e J. Fábio Bertonha. Responsáveis pelas histórias da história.

Aos amigos e amigas de diferentes momentos da vida. Muitos por perto até hoje. Éric, Fernando, Doyou, Galois e Celso. Renata, Juliana, Daiane, Luciana e Germana.


Aproveito para antecipar meu pedido de desculpas àqueles que, por ventura, sabem-se merecedores de menção e que, por algum motivo desconhecido, acabei por não mencionar. Pelo visto, erratas serão constantes...

E, enfim, muito obrigado a você. Nos tempos da economia da atenção, você que conseguiu ler a esta pequena lista telefônica até o fim, fico muito feliz por ter você por aqui!

Sejam todos(as) muito bem-vindos(as)!