quinta-feira, 27 de setembro de 2007

imprensa esquece acidente da TAM

Os meios de comunicação, de maneira geral, abandonaram o acidente do vôo 3054 da TAM. O fato ocorreu no último dia 17 de julho, quando o AirBus A 320 da companhia aérea não conseguiu parar na pista do aeroporto de Congonhas. A aeronave atravessou a Avenida Washington Luís após ter percorrido toda a pista do aeroporto e colidiu com o prédio do setor de logística da própria empresa. Em linhas gerais, a justificativa é de que, para o momento, não há novidades relevantes em torno do assunto. Curiosamente, alguns argumentos básicos não foram apontados em sua devida profundidade. Em momento algum, inclusive.

Em primeiro lugar, o caos aéreo já estava instalado; devidamente “inaugurado” com o a queda do Boing da Gol (vôo 1907) no meio da floresta amazônica, nas proximidades da cidade de Peixoto de Azevedo, no MT. Isso, em setembro de 2006. Nos muitos meses que se seguiram, um festival de atrasos e cancelamentos de vôos em diversos aeroportos do país. Pequenos acidentes não foram nada raros no mesmo período. Não há como dizer, portanto, que as tais autoridades competentes não sabiam da fragilidade do sistema de tráfego aéreo brasileiro. Este argumento, até certo ponto foi analisado mas, depois, desvalorizado.

Segundo, o poder de lobby das companhias aéreas. Em nome da lucratividade dos negócios das poderosas empresas aéreas, o governo permite que vontades das empresas aéreas sejam mais que respeitadas. A utilização quase que exclusiva do aeroporto de Congonhas como centro de distribuição de vôos, é um dos exemplos dessa situação. Este aproveitamento excessivo da capacidade de fluxo num único aeroporto, pode ter gerado condições para o mal acompanhamento dos procedimentos de pousos e decolagens. Daí, talvez algumas normas de segurança não estarem, talvez, sendo observadas pelas companhias...

Terceiro e último Para variar, envolve o óbvio. Condições objetivas no contexto do acidente. Aeroporto congestionado. Aviso logo anterior por parte de outro piloto de aeronave que pousava em Congonhas de que a pista estava escorregadia. Agora o argumento óbvio em torno da negligência da companhia: Avião lotado em tais condições de pouso. Um avião que, ademais, estava com um de seus mecanismos de frenagem, desativado...Pergunta: Tem como dar certo?

Um comentário:

Barbara disse...

o velho e (nem sempre) bom ditado sobre o tempo ser o melhor remédio se aplica em situações impróprias.