terça-feira, 4 de setembro de 2007

euforia dos biocombustíveis gera falta de cautela


Grande parte da imprensa tem falado a respeito dos biocombustíveis. O assunto aparece disseminado até em rodinhas de conversa. Os vestibulares também gostam do tema. Entretanto, percebemos um certo clima de euforia que, se em doses entusiásticas, pode atrapalhar na análise ponderada sobre essa nova fonte de energia.
Bom. Essa seria a nova fonte de energia “limpa e renovável”. Tudo certo até ai. Também seria uma fonte alternativa de produção viável no contexto brasileiro. Ótimo. Agora, dizer que em tudo só há vantagem é caminhar em direção ao velho erro da generalização acrítica.

Primeiro, somos obrigados a lembrar que boa parte dessa indústria integra um lobby reconhecidamente poderoso: os usineiros. Em tempos não muito remotos, esse pessoal pintou e bordou em diversas oportunidades para pressionar o governo para garantir vantagens. Talvez alguns se lembrem das simpáticas filas em postos de combustíveis na passagem da década de 80 para a década de 90. Dar mais “poder” para essa turminha não soa um tanto arriscado?

Segundo, a biografia de algumas das lideranças que compõem o atual governo do presidente Lula, iria de encontro aos interesses dos usineiros de outrora. O próprio presidente, especialmente ao longo da década de 80, foi duro crítico dos novos amigos. Agora, curiosamente, está todo mundo do mesmo lado?

Terceiro. O próprio governo faz alarde da posição estratégica e de liderança do Brasil na produção de combustíveis renováveis. O caso que é quase sempre mencionado é o do álcool. O Brasil é o maior produtor do mundo. Isso quer dizer, obrigatoriamente, que o resto do mundo concordará em manter esse nosso confortável título?

Quarto e, talvez, mais importante. Para variar, o importante envolve o óbvio: Para produzir a matéria-prima que vai gerar essa energia (cana-de-açúcar e sementes oleaginosas em geral) será necessário o emprego de cada vez mais terras. Mesmo que lentamente, outros gêneros agrícolas deverão dar espaço ao novo negócio. Em médio e longo prazo será que essas outras coisas não vão fazer falta? E se alguns outros países conseguirem se especializar na produção das mesmas plantas? Alguém ai se lembra do que aconteceu com nosso café? Trigo?

3 comentários:

Unknown disse...

Raul!
Concordo muito com o que o texto diz,em especifico com a quarta observaçao daqui uns tres anos nossa agricultura que é policultura será monocultura!
E a pergunta será que viveremos somente de etanol?Cana de açucar?
E a economia?Ou vao queimar depois todos os canaviais como fizeram com o café?!!

ivanz disse...

po intão raul, veja bem, praticamente o Brasil vai virar um puro canavial...
e se chegar um dia em q o etanol não servir mais pra " nada " ...
o q vamos fzer com toda a cana principalmente?

um tanto qto complicado não!?

provavelmente o Brasil vai ficar em 1° lugar na produção, vai exportar para todos os lugares do mundo, mas tem outro grande porém, a tecnologia... cada dia estão desenvolvendo um combustivel diferente, e se ficarmos com uma grande quantia de etanol, o tombo pra quem fika em 1° lugar é maior do que o tombo de quem ta em ultimo!

Mandinha disse...

oieeeeeeeeeeeee
nossa adorei seu blog, muito bom mesmo. Antes que vc pergunte quem sou eu,meu nome é Amanda D. Polli, faço o super noturno no Drummond de Maringá, e realmente devo concordar com a última observação que vc fez, às vezes eu me pergunto sobre essa "febre do etanol" e percebo que muitos estão se preocupando em plantar cana e estão se esquecendo das outras coisas essenciais aos seres humanos. Já tem tanta coisa acabando, imagine só as pessoas morrendo de fome, pq "o nosso querido presidente" resolveu olhar só pra si mesmo, querendo ser o nº1 do mundo????